20 novembro 2006

FEMINILIDADE E CASTRAÇÃO SEUS IMPASSES NO DISCURSO FREUDIANO SOBRE A SEXUALIDADE FEMININA

Por Zeferino Rocha


É meu propósito, no presente trabalho, descrever de que modo Freud se confronta com a problemática da castração em três momentos decisivos da sua teoria sobre a sexualidade feminina. Como veremos, esta confrontação acontece em três registros de reflexão diferentes. O primeiro, que se poderia dizer biológico e anatômico, é trabalhado no livro Três Ensaios sobre a teoria sexual (1905) e, nele, a mulher, comparada ao homem, aparece como um ser “a-menos ” (1), estigmatizada pela ausência do pênis, como se fosse portadora de uma sexualidade inferior. Por vezes, esta inferioridade assume, no texto freudiano, a dimensão e a radicalidade de uma Minderwertigkeit verdadeiramente ontológica.

O segundo registro, que poderíamos chamar de simbólico, aparece quando Freud, depois de um longo percurso, introduz, em 1923, a fase fálica e o primado do phallus (2)na organização pregenital da libido, descobrindo, assim, o valor fundamental do Complexo de Castração, bem como sua união estruturante com o Complexo de Édipo.

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